Tamires Gomes Sampaio é uma jovem advogada negra. Foi Secretária Adjunta de Segurança Cidadã em Diadema e é moradora de Guaianases, bairro da zona leste de São Paulo. Feminista negra, é militante do coletivo Bem Viver SP, além de pesquisadora nas áreas de segurança pública, sistema de justiça criminal e racismo estrutural. 

Como a imensa maioria da população de São Paulo, é usuária do SUS (Sistema Único de Saúde) e de diversos serviços públicos. Aliás, sem os serviços e as políticas públicas, a vida de Tamires não seria a mesma. Foi graças ao Programa de Arrendamento Residencial (PAR), da gestão da prefeitura do PT, que ela e sua mãe puderam conquistar o sonho da casa própria. Não foi diferente em sua educação, tendo estudado da rede pública de ensino durante toda a sua trajetória e conquistando uma vaga em renomada instituição de ensino privada, na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por meio de bolsa do PROUNI. Em função de uma Bolsa CAPES, Tamires concluiu o mestrado em Direito Político e Econômico também no Mackenzie em 2019. Da mesma forma, foi no SUS que Tamires travou sua batalha pessoal contra o câncer, diagnosticado em abril de 2018 e tratado com quimioterapia no Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, mesmo local onde ela nasceu no ano de 1993.

Filha de Rosemary Gomes Sampaio, psicóloga e militante, sempre acompanhou a mãe em suas lutas. Seja no Movimento Negro ou no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, aprendeu desde cedo que é por meio do exercício da cidadania que se garante a realização e também a preservação de nossos direitos historicamente conquistados. Também aprendeu que os sonhos compartilhados com quem quer um mundo diferente não se realizam sem a ação coletiva, sem o engajamento de mentes e corações de muitas pessoas. E por ver na política um importante instrumento de transformação da vida das pessoas, tornou-se militante do Partido dos Trabalhadores. 

Tamires Sampaio é militante do movimento negro pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) e coordenadora da Frente Nacional Antirracista (FNA). A importância da organização do povo para a transformação social a fez voltar suas pesquisas acadêmicas na segurança pública e na racismo estrutural e concentrar sua atuação nas ruas, junto aos movimentos populares, na luta por mais direitos e contra o genocídio da população negra. Representando a CONEN em São Paulo, participou em 2012 da Frente Pró-Cotas que lutou pela implementação das cotas nas universidades estaduais de São Paulo, que, até então, não possuíam essas ações afirmativas. Em 2016, o Conselho Universitário da USP aprovou as cotas raciais, fazendo com que todas as universidades públicas do estado (USP, UNESP e UNICAMP) adotassem a política de cotas raciais.  

Durante sua passagem pelo movimento estudantil, foi vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e conselheira da Comissão Nacional do PROUNI (CONAP), Tamires também foi a primeira presidenta negra do Centro Acadêmico João Mendes Júnior, da Faculdade de Direito do Mackenzie. No plano internacional, de 2018 a 2021, foi a única representante estudantil brasileira a, ao lado de quatro reitores universitários e três dirigentes de entidades ligadas ao ensino superior internacional, atualizar a Magna Charta Universitatum para os desafios enfrentados hoje pelo Ensino Superior. Escrita há 30 anos por cinco reitores de universidades europeias e subscrita por mais de 900 instituições de ensino do mundo inteiro, ela trata de princípios, valores e do papel das universidades. Já participou de congressos e seminários internacionais representando os estudantes e a juventude brasileira na Noruega, Rússia, Alemanha, Espanha, Finlândia, Itália e Canadá. 

Em 2019, na África do Sul, foi nomeada embaixadora do Global Peace para a América Latina, projeto coordenado pela ACCORD (Centro Africano para a Resolução Construtiva de Disputas) que promoveu mais de cem encontros intergeracionais em diversos países do mundo com o desafio de construir propostas para a construção da paz como perspectiva não apenas da ausência de guerras, mas do desemprego, da fome, das violências e das desigualdades.

Em 2020, Tamires foi candidata a vereadora em São Paulo pelo PT com uma campanha que defendia o bem viver e a possibilidade real de realizar sonhos e transformar a cidade por meio da política tendo trabalhadores e trabalhadoras, a periferia, as mulheres, as populações negras, indígenas e a comunidade LGBTQIA+ como protagonistas.

Como diretora do Instituto Lula reeleita em 2020, antigo Instituto Cidadania, teve contato com o berço de muitas políticas que mudaram a vida de milhões de brasileiros durante os governos do PT, como o Fome Zero, o Bolsa Família e o Luz para Todos. Atuando como Secretária Adjunta de Segurança Cidadã em Diadema, coordenou a Patrulha Maria da Penha, um programa de enfrentamento à violência contra as mulheres e colocou em prática uma política de segurança democrática, cidadã, preventiva e antirracista.

No final de 2021, Tamires foi nomeada presidenta da Comissão de Assuntos Estudantis da OAB Federal, além de ser sócia-fundadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e membro do setorial Jurídico do PT/SP.

Também no fim de 2021 e início de 2022 coordenou a campanha Abrace os Estados pela FNA, rede de solidariedade que garantiu toneladas de cestas básicas, produtos higiênicos e materiais de limpeza para diversas famílias que tiveram suas casas atingidas por enchentes.

Hoje Tamires Sampaio se apresenta como candidata a Deputada Federal por São Paulo pelo PT para construir um projeto coletivo de esperança para o Brasil e para São Paulo, por uma sociedade antirracista e pelo Bem Viver. Tem como principais bandeiras de luta o combate ao racismo, a defesa da educação e a construção de uma política de segurança pública cidadã.